terça-feira, 9 de novembro de 2010

Respondendo dúvidas de uma leitora

Olá Fábio,

Retorno ao seu blog mais uma vez, fiquei fã! Andei pensando sobre dar aulas particulares, porém receio não estar preparada pra isso, pois não tenho experiência sólida em cursos. Você acha que isso pode realmente influenciar na qualidade das aulas? É mesmo necessário o professor ter experiência com turmas, diversos materiais didáticos pra somente então começar a dar aulas particulares? Se quiser responder no blog não tem problema, pois outras pessoas podem ter essa dúvida.

Abraço and keep up the good work!

Lia



Oi Lia
Tenho, inicialmente, vários agradecimentos em relação ao seu e-mail:
Obrigado por estar gostando do blog.
Obrigado por me dar a disponibilidade de usar seu e-mail e ajudar mais pessoas.
Obrigado pela confiança.

Bom, respondendo suas dúvidas:
Por não emitir certificado e por não representar o nome de uma instituição, a responsabilidade do professor particular é consideravelmente menor do que a do professor de curso. Mas esta liberdade enseja uma outra característica muito mais importante: ética, ou seja, entre outras coisas, todas as pessoas devem (ou deveriam) atentar para dois aspectos fundamentais da convivência, abrangendo quaisquer tipos de relacionamento: faça, sempre, pelos outros o que você gostaria e ficaria feliz se fizessem por você e evite, a todo custo, fazer algo por alguém que você não gostaria que fizessem com você.

Ser responsável por passar o conhecimento de um idioma é, na minha opinião, algo importantíssimo, decisivo na vida de quem aprende pois envolve muita esperança, dinheiro e esforço e isso deve ter a melhor contribuição possível por parte de quem ensina.

Assim como o ideal é ter nossa saúde tratada por médicos, profissionais formados em universidades, deveríamos ter também nosso aprendizado de um assunto tão importante para a nossa vida como um idioma, sendo feito por um... profissional igualmente habilitado por uma universidade, de Letras, o... Professor.

OK, nem sempre isto acontece, principalmente em se tratando de aula particular, quando muitas vezes o que nos motiva a começar é ter a liberdade de aprender com uma pessoa de nossa confiança. Com o avanço da economia informal isso tem crescido muito e já não é visto tanto como uma atividade, digamos, errada, nem mesmo por parte de professores formados, eu incluído. Já tive muito preconceito com instrutores, pessoas que começam a ensinar o idioma sem ter terminado ou entrado em uma faculdade mas ao longo do tempo fui conhecendo alguns instrutores excelentes e alguns professores, formados, fraquíssimos.

O que vai ser fundamental será a vontade e o interesse do profissional em ser cada vez melhor para o seu bem e o de seu aluno. E como isso acontece ?

Estudando MUITO ! Separando muito tempo da vida para se dedicar à atividade de passar conhecimento, que é completamente diferente de apenas saber o idioma, ser fluente.

Deve-se preparar para vários tipos de aluno: aquele que só precisa de conversação, aquele que precisa estar craque em interpretação de texto e gramática para fazer uma prova, e aquele que, por curiosidade ou necessidade, quer o maior número possível de explicações de assuntos, ou seja, quer saber o porquê de cada regra ser uma regra, e todas as suas exceções.

Como se preparar, novamente ? Estudando muito ! Estudando o que ? Pelo menos uma coleção didática completa, uma coleção exclusiva de vocabulário, outra de gramática e outra de compreensão auditiva. É um investimento alto ? Sim, como em qualquer negócio, deve-se haver uma aplicação inicial, um pesado "prejuízo" financeiro mas que, se o profissional for bom, logo terá o investimento de volta em forma de alunos ávidos por aulas.

Os meus materiais são:
Coleções didáticas Interchange Third Edition, New Headway e Touchstone.
Vocabulário: Everyday expressions in English e Vocabulary in Use
Gramática - Grammar in Use e Grammar World
Listening - Tactics for Listening

São mais de 30 livros e mais de 30 CDs mas o bom profissional precisa tê-los, não tem jeito.

Além destes tenho mais uns 50 livros de apoio.

É isso aí. Assim como a Lia, espero que a dúvida dela seja útil pra mais gente.

Boa noite a todos (acho que esta é a primeira vez em mais de 2 anos que escrevo um tópico a noite)

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, professor, como vai? Estou óptimo. Para contribuir com o tópico. Realmente, tem profissionais que não tem faculdade e ensinam muito bem, ou seja, como você falou, mantem uma vida de constante atualização da língua em todas as áreas. Fazem um curso chamado de Teacher Course que dura de 01 a 02 anos, somente para ter mais base dentro da Língua e na área didática, etc e conheço profissionais com faculdade, pós-graduação, etc em Letras, por exemplo, que não sabem e não consegue explicar situações simples da língua.
Vou deixar para Lia, mais um exemplo, "eu". Dou aula de inglês para crianças da minha comunidade. São crianças de 08 a 12 anos, com bastante inteligência, etc, pensam como gente grande. Nossa! não sei nem como explicar. Eles são muito espertos, fazendo perguntas de coisas que só viríamos com 01 ano de curso, por exemplo. No início fiquei assustado com o desafio, mas me fui na atualização, sempre. Ganhei uma confiança e quando percebi, as coisas fluiram automaticamente. As ideias para aulas vão surgindo, aí é só conciliar tudo e mandar ver. Eu confesso que tive uma ajuda de uma amiga professora para avaliar os alunos, nada complexo, coisas, como: avaliá-los, o que avaliar, etc e daí para frente tomei as redias e graças a Deus tem dado tudo certo, tenho recebido resultados bons. Desejo que você se dê bem nesse empreendimento.
Muito bom o tópico e espero ter contribuído.

Lia disse...

Obrigada Weverton e Fábio pelas dicas! Desculpe, só fui ler agora a postagem! :)